segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Apreciação referente ao livro"Guia teórico do alfebetizador", de Miriam Lemle

O processo de alfabetização é um dos momentos mais relevantes na vida escolar da criança. Esse processo deve ser trabalhado de forma minuciosa e cuidadosa no que se refere a língua falada e escrita.
Existem vários métodos utilizados no processo de alfabetização de crianças, e esse livro de Miriam Lemle nos transmite muitos conhecimentos que são essenciais para o trabalho com essa etapa .
Ele nos mostra claramente o que e como o alfabetizando precisa saber. Mostra ao professor como ele deve trabalhar os símbolos(letras) e sons(fonemas) da língua de maneira que o aprendiz não se confunda tanto com toda a complexidade que abrange a mesma.
A autora sistematiza as relações entre sons da fala e letras do nosso alfabeto em três etapas principais: a primeira é a teoria do casamento monogâmico entre sons e letras __ essa é a etapa natural do aprendiz, aquela em que ele descobre a representação ideal de sons por letras e vice-versa.
A segunda etapa: é a teoria da poligamia com restrições de posição __ essa consiste na rejeição da hipótese da monogamia, mostra que nem tudo é perfeito, pois uma letra pode representar diferentes sons, segundo a posição em que ocupa nas palavras.
A terceira etapa: as partes arbitrárias do sistema __ consiste em um som representado por diferentes letras, segundo a posição. Etapa tida pela a autora como duradoura por toda a vida, pois todos podem ter insegurança sobre a ortografia correta de uma dada palavra.
Miriam sugere que todas as etapas sejam trabalhadas através de pesquisas realizadas pelo o aprendiz, nada deve ser mecânico. As tarefas devem vir cada uma em seu tempo, nada pode ser feito de forma prematura, pois só serveria para retardar o progresso do aluno.
No quarto capítulo do livro, a autora fala sobre a variação na língua falada e a unidade na língua escrita. Nos lembra como a língua portuguesa é falada de maneiras tão diversificadas nas várias regiões em que é usada.
É certo que todo estudante já vem para a escola falando satisfatoriamente a linguagem familiar, e cabe a competência profissional do professor respeitar as variantes linguísticas da sua comunidade escolar, aproveitando-as e ampliando-as de forma positiva no aprendizado do aluno. O alfabetizador deve ter conhecimento sobre a história da língua para mostrar ao aprendiz das letras que a língua não é imutável, passou e passa por contínuas mudanças, e varia conforme as circunstâncias, o contexto e acontecimentos que regeram e regem nossa história. Ele deve ser apto a fazer do seu aluno um admirador da língua, sem qualquer tipo de preconceito linguístico.
Segundo Miriam " se vivêssemos num mundo mais simples do que o nosso mundo real, as coisas da língua também seriam mais simples. Mas o nosso mundo de civilização ocidental é complexo, e por isso as coisas da língua também se complicam bastante."Isso ela diz quando refere-se a complicação da relação entre língua falada e língua escrita, como a escrita não representa fielmente a fala. Mas como deve haver uma aceitação pelo fato de a língua escrita obedecer a normas padronizadas, o nosso aluno tem que ficar a par dessa complexa relação. E termina o capítulo: " assim concluimos que , em universos culturais complexos como o nosso, há um afastamento necessário e inevitável entre as língua escrita e as línguas faladas.
Portanto parece que o melhor é deixar tudo mais ou menos como está: cada um fala a língua com o vocabulário, a sintaxe e a pronúncia recebidos em sua comunidade nativa. Essa língua é tão boa quanto todas as outras. Na escola, depois de aprender a representar por escrito o seu falar nativo, você aprende o vocabulário, a sintaxe e a ortografia convencionais do português escrito; tal aprendizagem deve ser-lhe dada como uma porta que se abre para o vasto mundo do saber e do trabalho, e não como uma pedra tumular a atirar sobre o seu falar de casa."
No cenário atual das classes de alfabetização ( pelo menos na realidade do meu município, da escola em que trabalho-pública-, como também na escola dos meus filhos-privada-) o que constatamos é uma prática pedagógica alheia a tudo o que foi comentado.Uma prática que ocorre de forma mecânica, anulando a compreensão e a interpretação do aluno.Uma prática onde as diversidades linguísticas são estigmatizadas. Trata-se de um ensino que não estimula o interesse pela leitura, onde a criança não encontra significação, não se identifica, não encontra um valor real para ela. Infelizmente nossas escolas ainda acreditam no "be-a-ba".
É necessário que a escola se convença que precisa formar leitores. Os professores precisam imergir assiduamente e cada vez mais cedo os seus alunos na leitura. Precisam alfabetizá-los e ao mesmo tempo letrá-los, com isso eles terão a capacidade de expressar-se devidamente, com desenvoltura, dando significado a língua falada e escrita.

Depois da leitura desse livro, sinto-me na obrigação de sugerir a coordenadora da minha escola que passe esssa referência aos professores de alfabetização.
Por Górgia Castro

Relatório da 8ª oficina

Desde o início das oficinas, os nossos encontros Gestar II acontecem sempre na mesma escola: Colégio Estadual Aprígio Pereira Bezerra, na cidade de São Julião - Piauí. E no dia 31 de agosto foi realizada mais uma oficina, a 8ª, que contempla as unidades 15 e 16 do TP4. Iniciamos com a apresentação de slides dos resumindo dessas unidades. Estudamos e discutimos todas as seções, e os cursistas resolveram algumas atividades relacionadas as mesmas. Seguimos com a leitura compartilhada e discursiva do texto de referência. Texto muito interessante, que tras o título: "Por que o meu aluno não lê?". O mesmo foi sugestivo a muitas discussões relevantes.
Na terceira parte, os cursistas apresentaram o avançando na prática. Esse momento é sempre proveitoso, pois há uma troca de experiência positiva entre todos os participantes da oficina.
Proseguindo, os cursistas se dividiram em grupos para trabalhar a atividade sugerida pela 8ª oficina, na página 220 (TP4). A atividade envolveu interpretação e produção textual, surgindo várias sugestões de aplicar a atividade na prática de sala de aula. Finalizamos a oficina com o slide de uma mensagem, e marcando as próximas unidades a serem estudadas.